Dia dos pais: docente da UNIASSELVI explica os benefícios da licença-paternidade estendida

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Bebê, mãe e pai só têm a ganhar com mais tempo disponível nos primeiros dias de vida da criança
A ampliação da licença-paternidade tem se mostrado um avanço significativo para as famílias brasileiras, promovendo benefícios que vão desde o desenvolvimento infantil até a saúde mental dos pais. Atualmente, no Brasil, os pais têm direito a apenas cinco dias de licença, com possibilidade de extensão para 20 dias em empresas participantes do programa Empresa Cidadã. No entanto, especialistas defendem que a ampliação para 30 dias, como já ocorre em alguns países, traria impactos positivos profundos para toda a família.
De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da UNIASSELVI Guaramirim, Gabriela Rodrigues Inthurn (CRP 12/18138), a licença-paternidade estendida fortalece o vínculo afetivo entre o pai e bebê desde os primeiros dias de vida:
"Esse período é crucial para o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança, pois a presença do pai contribui para um ambiente mais seguro, estável e para a adaptação do bebê a essa nova realidade."
Além disso, a participação ativa do pai ajuda a reduzir a sobrecarga da mãe, que frequentemente enfrenta exaustão física e mental no pós-parto.
Impacto na dinâmica familiar e na sociedade
A especialista ressalta que a licença-paternidade estendida também favorece para uma divisão mais justa das tarefas domésticas e dos cuidados com o bebê, incentivando uma cultura de igualdade de gênero desde os primeiros momentos da parentalidade.
"Quando o pai tem a oportunidade de participar ativamente desses momentos, desenvolve habilidades de cuidado e cria laços mais fortes com a criança, o que se reflete em relações familiares mais saudáveis a longo prazo e na diminuição da sobrecarga materna."
Além dos benefícios individuais, a medida também traz impactos sociais relevantes. Estudos indicam que países com licenças parentais mais equilibradas entre homens e mulheres registram menores taxas de depressão pós-parto e maior retenção das mães no mercado de trabalho.
"A licença-paternidade estendida não é apenas uma questão de direito trabalhista, mas uma política pública que protege a infância e promove a equidade."
A discussão sobre a ampliação desse direito no Brasil reforça a necessidade de mudanças culturais e legislativas. Organizações civis, como a Coalizão Licença-Paternidade (CoPai), que defendem o prazo maior, consideram o período de 15 dias insuficiente e apoiam outros projetos de lei em tramitação na Câmara e no Senado, que propõem a licença-paternidade com prazo mais longo, de 30 a 60 dias.