Como a educação contribui para a maternidade empoderada

11/05/2025 Ensino
Ana Cristina e o filho Matheus Filipe
Foto | Arquivo pessoal

Contato com áreas de conhecimento transforma dinâmicas familiares 

O acesso à Educação dá suporte para que mulheres enfrentem com mais autonomia, segurança e capacidade os desafios e as responsabilidades sociais. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua, 2022), cerca de 7,3 milhões de mães cursavam ou concluíram o Ensino Superior. Pesquisas indicam que mães que estudam têm 40% mais probabilidade de intervir positivamente no desenvolvimento cognitivo e emocional dos filhos, seja em que fase de vida eles se encontram (infância, adolescência ou vida adulta). 

É o caso da catarinense Ana Cristina Silva, 48 anos, que engravidou aos 18. Na época, ela era empregada doméstica. Hoje, com três graduações, cinco pós-graduações e coordenadora comercial, incentiva o filho Matheus Filipe da Silva Krause, 29 anos, no curso de Educação Física. Ela destaca a importância dos estudos: 

“Eu, como mãe solo, para dar uma vida melhor para o meu filho e aquilo que ele não perde (porque bens materiais ‘ficam pelo caminho’), foi só através da educação, do ensino. Ele tinha parado de estudar aos 16 anos e agora tem orgulho de dizer que está fazendo o nível superior. E eu me sinto realizada, porque sei que isso ele vai levar com ele para o resto da vida dele”. 

Mudanças externas e internas 

A psicóloga e coordenadora de curso na UNIASSELVI, Gabriela Rodrigues Inthurn, explica que o aprendizado amplia o repertório emocional e prático das mães: 

“Com a instrução, ou seja, o acesso à educação permite que elas se adaptem às demandas de cada etapa da vida dos filhos. Uma mãe que estuda, por exemplo, pode ter mais recursos para compreender melhor as transformações da adolescência ou os dilemas da fase adulta, agindo não por impulso, mas com base em informações que favorecem o diálogo e a compreensão da fase do desenvolvimento do filho”. 

Isto é, mães que estudam desenvolvem maior capacidade de análise crítica, conseguindo equilibrar cuidado e independência — um legado que transforma gerações. 

Gabriela completa: 

“Quando uma mãe volta a estudar, ela possui as ferramentas para quebrar ciclos de repetição. Seus filhos não veem apenas um exemplo de resiliência, mas ganham acesso a um ambiente onde o aprendizado é valorizado e geralmente proporciona novas e melhores experiências”. 


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